O homem por detrás da Torero Wines, André Herrera Almeida, trabalhou quase exclusivamente no Alentejo, sobretudo na Fita Preta de António Maçanita. André fez de tudo um pouco na Fita Preta, desde a gestão da adega à elaboração de lotes finais. Foi por isso no Alentejo e na Herdade da Murteirinha, propriedade que os pais mantêm entre Estremoz e Arraiolos, que iniciou o seu projeto pessoal. Os seus vinhos são irrepetíveis e conceptuais, como confirma o próprio enólogo, edições limitadas, vinhos que são um marcador do tempo em que seguia (e ainda segue) o que a sua intuição e experiência pressagiavam. Segundo André, são vinhos entre o Velho e o Novo Mundo, feitos com uvas do Alentejo, mas recorrendo a várias técnicas que desenvolveu na Austrália, onde passou duas temporadas. Vinhos, sobretudo os tintos, assumidamente excessivos, na extração, na potência e no álcool, mas cheios também de carácter. O tempo em barrica e a battonage são sempre maximizados, próximo, ou mesmo para lá, do limite. Vinhos – brancos e tintos e ainda um rosé – que André quis que fossem sujeitos a uma vinificação radical, tendo depois acompanhado quase à obsessão a sua evolução em garrafa durante uma década.